26 abril 2012

"Zuleno" estréia no CINE PE





De vida e arte era feito Zuleno, pintor pernambucano que buscava beleza em tudo tocado e revelado pela luz. Homônimo, o curta-metragem que estreia no Cine PE, esta sexta-feira (27), é o registro de três encontros com o artista, momentos nos quais, na fragilidade dos 92 anos, ele deixa transparecer a sabedoria acumulada em sua trajetória, com a humildade de quem dedicou a longa caminhada aos outros e a não si.

As próprias obras de Zuleno contam, no filme, os passos do menino pobre que aprendeu a desenhar sozinho e se tornou reconhecido pelo traço marcante e técnica incomum (pintava com a tela deitada e utilizando esmalte sintético). Contudo, o curta não tenta ser uma biografia. É uma conversa com o pintor e ele se apresenta na sua forma mais honesta: um homem de sorriso sincero, mãos calejadas e corpo já muito debilitado pela idade, mas com alma de quem nunca envelhece.

O projeto foi pensado por Diego Medeiros, produtor executivo do filme. A relação de amizade e admiração mantida com o artista foi a mola propulsora da iniciativa, que o levou a chamar o diretor Felipe Peres Calheiros (Até Onde a Vista Alcança, 2007, e Acercadacana, 2010) para assumir a direção do trabalho. “Entrei a convite e rapidamente Zuleno me encantou. Apesar de toda a sofisticação e importância da sua obra, ele escolheu a maneira mais humilde e caridosa de ser, em consonância com sua bela compreensão espiritual do mundo”, conta Calheiros.

A dinâmica do curta seguiu, segundo o diretor, coerente com o personagem, prezando por soluções simples e pela fruição mais direta possível da obra do pintor. “É um recorte desse encontro e de parte de suas obras registrado a partir de algumas poucas conversas”, explica. Rodado em 2007 e 2008, pouco antes da morte do artista, Zuleno é uma produção da Asterisco e da D7 Filmes e conta com a fotografia de Mariano Maestre e a montagem de João Maria. Em 2009, ganhou incentivo do Funcultura para ser finalizado, além de ter sido selecionado na categoria “Produto para TV” no mesmo edital.

ZULENO - Antes de se dedicar inteiramente à pintura, Zuleno foi ilustrador e desenhista. Trabalhou dois anos com Lula Cardoso Ayres e entre 1950 e 1970 atuou no Jornal do Commercio fazendo desenhos esportivos e de acontecimentos do dia. Recebeu o prêmio Ampulheta de Ouro, em São Paulo, pelo melhor calendário de pintura de 1970, ao lado de Lula Cardoso Ayres e Di Cavalcanti. No ano de 1979, realizou uma mostra individual no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Depois disso, passou a receber elogios da crítica especializada por quem foi considerado um dos melhores pintores do Brasil.

Direção: Felipe Peres Calheiros
Produção: Diego Medeiros
Roteiro: Diego Medeiros e Felipe Peres Calheiros
Fotografia: Mariano Maestre
Montagem: João Maria
Finalização: Paulo Sano
Edição de áudio: Nicolau Domingues e Rafael Travassos
Correção de cor: Pablo Nóbrega
Still: Mateus Sá
Produção Executiva: Alexandre Nogueira
Som Direto: Bicudo e Hidido
Logger: Santiago e Rapha Spencer
Design: Gilmar Rodrigues

Realização de Coletivo Asterístico e D7 Filmes.

Patrocínio: Governo de Pernambuco e Lima e Falcão Advogados.

Apoios: Dub Color, Projetec, Sany Galvão.

Um comentário:

Amelinha Serra disse...

Por casualidade, pesquisando a palavra asterísco, conheci a Coletivo Asterísco e a sua produção: ¨Zuleno¨. Li tudo o que postaram sobre esse artista plástico. Amei conhecê-lo. Como sou de Cuiabá, Mt fico pensando como poderia ter acesso a amostra dessa produção. Só em novembro irei ao Nordeste.Abçs